quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Hoje matei aula para lembrar dos velhos tempos.Para andar pelas ruas da cidade em que cresci,não nasci aqui mas são nessas ruas cheias de pó que está escrita a minha história.
Fui passar pela rua 26,olhar as crianças brincarem de bet,queimada e pique esconde e quase pude ver o tempo em que eu estava ali correndo feito um menino subindo em cima dos pés de jamelão,voltando para casa com a boca roxa indo dormir feliz pensando no quanto iria brincar no dia seguinte.Naquela rua eu tive uma amiguinha chamada Jéssica todos os dias ela ia a tarde na minha casa e nós brincávamos de escolinha,ela dizia que queria ser professora e eu falava que escola não era para mim,que fugiria com o circo pra ser equilibrista.Aos 11 anos me mudei daquela rua nunca mais vi a Jéssica,não sei se tornou professora,se tem filhos se é feliz.
Depois subi mais um pouco fui parar perto do CILG e as calçadas daquele colégio sabem mais sobre mim do que muita gente,vivi muitos bons momentos ali,acho que aquela época foi a mais rebelde que já tive.Andava com meninos,me vestia como um e conheci pessoas incríveis naquele lugar aprendi a não julgar a olhar por trás das roupas a ver a alma e mesmo tendo dado muito trabalho para minha mãe por causa disso não me arrependo tem gente daquela turminha que andava de preto num calor de 40 graus que nunca mais vi e sinto falta e tem gente que tá na minha vida ate hoje tem a Marina que vê por detrás dos meus olhos pretos e para ela não consigo mentir de jeito nenhum.
Subindo mais um pouquinho cheguei perto do Objetivo lá antigamente era o Ludovico Pavoni um colégio católico para onde fui mandada depois dessa minha 'onda de rebeldia' de lá só sinto falta de um padre bonzinho que sabia que me escondia da educação física na igreja e não me denunciava ao invés disso ele fazia o que ninguém fazia naquele tempo. Me escutava. E sempre fazia com que rezasse um pai nosso em intenção daqueles que sofriam,um hábito que tenho ate hoje graças a ele.
Finalmente o setor sul mais especificamente CEM 03 daquele colégio de tijolos vermelhos tenho lembranças tão boas,lembro do meu 1° dia de aula e do medo que estava era a primeira vez que eu estudaria num colégio público,ir para lá foi uma espécie de 'punição' dos meus pais,algo como você precisa ver o outro lado da realidade para dar valor no que tem,mal sabem eles que foi ali que encontrei pessoas espetaculares.
Grande parte do valor que me dou hoje aprendi a ter com duas garotas fantásticas Dayanne e Julieth elas duas viram em mim o que nem eu mesma via,se tornaram uma espécie de protetoras e acima de tudo minhas amigas verdadeiras,conheci também o Robson um garoto irritante mais com um coração goiano enorme que me perturba ate hoje. Foi também nos intervalos daquelas tardes ensolaradas que me apaixonei pela primeira vez.O nome dele era Cássio,Cássio Bruno. Nunca vou me esquecer desse nome nem da forma que ele segurava sua mochila ou de quando passava por mim nos corredores e sorria.Gostei desse garoto de uma forma tão intensa e por um ano nutri uma paixão doentia e silenciosa por ele forão descobri que gostei dele muito tempo depois mas acho que a Jú sempre soube.Inclusive anos depois quando finalmente fiquei com ele fui descobrir que ele também gostou de mim,mas que a minha timidez o afastava,disse que nunca olhava para ele então não tinha coragem de falar comigo.
Engraçado como as coisas são né?!
Voltando para casa passo pela rua do salão da Léa uma mulher incrível que cuidou mais de mim do que dos meus cabelos por anos também.Passo pela rua do Guilherme meu amigo de 11 anos que vi crescer,lembrei de quando agente era criança e voltava junto para casa com as nossas mochilas de carrinho e nas mãos nossas caixas de giz de quadro ou bichinhos de pelúcia,nossos produtos de venda como dizia o Guilherme ele tinha umas ideias malucas,tem ate hoje na verdade.
E por último vejo o letreiro enorme do Adventista o colégio onde passei meus últimos anos aquele lugar me modificou de tal maneira,mexeu mesmo comigo me fez sentir ódio,amor,esperança tudo junto.
Lá conheci gente chata,gente bacana,gente de quem sinto falta e fiz amigos que carrego no meu peito todos os dias.
Volto para casa e penso em cada marca que deixaram em mim em como cada momento me modificou e tenho certeza de que nada foi em vão e de que cada um deixou uma coisa boa essa sensaçãozinha que me faz sorrir involuntariamente isso sim é a saudade.
Aquela a verdadeira.


Luna Magalhães

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