domingo, 11 de abril de 2010

-Que vento é esse ?




Logo fui olhar pela janela. O céu tinha escurecido, ventava forte mas era um vento gostoso. Bagunçando meus cabelos lisos e castanhos. Todas as minhas suspeitas se confirmaram. Como um rugido, aquele trovão veio. E os prédios tão altos pareciam que seriam atingidos e destruídos a qualquer momento. Em qualquer balançar de nuvens. Me admira como o fluxo das ruas vai mudando. Os meus olhos, do sétimo andar, acompanham cada movimento. É engraçado ver carros e ônibus aumentando a velocidade. E ao fechar os olhos eu escuto passos apressados misturando-se ao vento. É um pai, correndo com o carrinho de bebê antes que a chuva os encontre. Pessoas do prédio caminham até a janela, para que suas certezas se certifiquem, e logo vão embora. De um lado o sol se põe, do outro a chuva se coloca e dentro do apartamento tem a ópera. Vejo papéis voando, dançando com o vento. Um perfume tão magnânimo invade meus pulmões. Eu vi! Um tão de perto, na minha frente, na altura dos olhos. Um raio com todos os seus contornos. Achei que fosse cegar. Momento que fez meu coração bater mais devagar. O vento aumenta e os pingos chegam, maltratando o papel e fazendo chorar a tinta da caneta. Ficar no alto é ficar tão perto...A chuva vem e a rua lá embaixo ainda fica se colorindo. Minutos de verde, amarelo e vermelho. E o semáforo abre mais uma vez. Listra de gotinhas na janela, a luz azulada iluminando o papel. Escuto o barulho da chuva e mergulho em mim. Escuto seu canto, seu pranto e apaixono-me no mesmo ritmo de suas gotas que molham essa cidade. Escurece devagar, só trovões e raios para me iluminar.

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